Imagem de Engin Akyurt
Relatos (Anônimos):
-Trabalho a anos nessa loja de
roupas no shopping como vendedor. Na maioria das vezes bato a minha meta mensal
de vendas, geralmente sou eu que treino algum vendedor novo e sei tudo a
respeito do operacional da loja.
Tenho vários clientes que só
compram comigo. No entanto a loja já trocou de gerente uma vez, já abriu outra
filial na cidade e já até escolheram vendedores para substituir o gerente em
alguma licença.
Em nenhum momento lembraram de mim para alguma
promoção. Quero muito ser gerente e cumpro com o meu papel muito bem.
Durante todo esse tempo, vi
colegas de trabalho com menos tempo de empresa sendo promovidos. O que acontece?
O que está faltando pra mim?
-Sou supervisora financeira e
trabalho a mais de sete anos nessa empresa.
Eu me formei em administração
e percebendo que a empresa estava crescendo e não tinha um RH, fiz uma pós-graduação
em Gestão de Pessoas.
Por várias vezes dei a
entender que gostaria de ser o RH da empresa, no entanto contrataram um RH,
sendo que eu estava ali, apta e querendo muito isso.
Depois de um ano esse RH pediu
para sair e indicou para o cargo alguém do financeiro que não tinha nem cinco
meses de empresa. Essa pessoa ficou durante um tempo também e preferiu sair e o
cargo volto a ser da diretora.
E eu me sentia estacionada... Mudei de tática,
talvez ser a gerente do financeiro, percebi que eles estavam procurando e eu
entendia tudo ali, pensei agora vai... E o que acontece?
Colocaram uma pessoa que eu
ensinei no financeiro e ela era conhecida do dono, depois de um tempo precisou
sair da empresa e a outra diretora assumiu o cargo. Resultado: Continuo como
supervisora financeira, como vou crescer aqui?
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Repare que nos dois casos
tinha a vaga, porém a empresa optou por fazer outras escolhas. É claro que do
ponto de vista da empresa tem os motivos que justificam essas escolhas.
Porém, neste texto vou
explorar o ponto de vista do colaborador, e partir desta perspectiva.
Às vezes você estudou, se
formou, fez pós, fez curso aleatórios e todo esse conhecimento está guardado em
você, esperando uma oportunidade para ser praticado ou trabalha a anos numa determinada
função, sabe que precisa seguir adiante, mas por algum motivo permanece
estacionado.
Passa um, dois, três... dez
anos e nada acontece, talvez não esteja atento a isso. Claro que permanecer no
mesmo cargo por anos traz um certo crescimento em experiência, saberá tudo e
muito mais a respeito da função, porém, cada função tem uma faixa salarial, não
tem como fugir disso.
Você também pode pensar em
procurar outro emprego numa função melhor, neste caso, esbarra no fato que o
que vai conta é a função que está registrado na carteira.
Exemplo: Não adianta passar 10
anos como frentista e achar que vai encontrar um trabalho de caixa, chefe de
pista ou auxiliar de gerente que são as funções seguintes a essa.
Caso procure, será muito
atrativo o seu tempo de experiência na função e provavelmente será chamado
novamente, mas para a mesma função em outra empresa. E isso é trocar seis por
meia dúzia, a não ser que a remuneração ou as condições de trabalho sejam
melhores. Portanto, se isso está ocorrendo com você o que fazer?
Observe o seguinte relato (anônimo):
-Eu trabalhei dez meses de frentista e oito anos como caixa de posto e durante
esse período desejava subir de cargo e trabalhar no escritório central como
auxiliar financeiro.
Trabalhava
bem, os gerentes que passaram por lá me elogiavam no trabalho. Comecei a
estudar e me formei em administração, depois falei para o gerente desse meu
desejo, ele disse que iria enviar o meu currículo para a central para verificar
essa possibilidade. E nisso o tempo passava, trocava de gerente, falavam a
mesma coisa pra mim e nada.
Eu
achava que talvez não tinha vaga ou que por algum motivo eu não teria o perfil,
e assim foi por anos.
Até
que um dia pensei, e se eu mandar o currículo direto para o escritório falando
a meu respeito...
Foi
o que fiz, peguei o e-mail do Rh da empresa e enviei o meu currículo, e no
e-mail disse que trabalhava a tanto tempo na filial tal, minha formação e disse
que tinha habilidade com planilhas do Excel e que gostaria muito de participar
de seleção para o cargo de auxiliar financeiro. E não é que depois de um tempo
(pouco) me retornaram pedindo para ir ao escritório conversar. Passei por todas
as etapas e fui promovido a auxiliar financeiro da empresa.
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Pode seguir esse exemplo,
mandar um e-mail para o RH da empresa onde trabalha expondo as suas
qualificações atuais e expondo a sua pretensão em participar de processos
seletivos para determinada função. E neste caso, seja coerente, procure saber
antes o que precisa para se candidatar a este cargo e veja o que precisa fazer
para se adequar ao perfil, esteja o mais alinhado possível.
Exemplo: Em determinada empresa, para ser auxiliar financeiro
precisa ser formado ou estar cursando administração ou áreas afins e você não
possui graduação. Neste caso, nem adianta mandar o e-mail. Primeiro entra para
a faculdade, passe um tempo estudando e depois envie o e-mail.
Até aqui tudo bem, é uma hipótese, pode ser que dê certo. Vamos
mais além?
Uma vez, fiquei muito surpresa
com uma atitude...
Tinha que enviar alguns
documentos pela primeira vez para o advogado da empresa e perguntei para a
diretora:
-Para qual advogado eu envio?
Ela disse:
-Manda para aquele que
trabalhava aqui no financeiro (falou o nome).
Enviei tudo, falei com ele por
telefone e tudo ok. Depois perguntei para a diretora como assim o advogado da
empresa trabalhava aqui no financeiro???
Ela me explicou, disse que ele
enquanto trabalhava na empresa como auxiliar financeiro, também fazia faculdade
de direito e depois começou a oferecer seu trabalho para pequenas demandas
relacionadas ao jurídico.
Ganhou confiança,
provavelmente começou a oferecer isso também para outras empresas e quando
menos esperava, ele pediu conta para atuar em seu escritório próprio.
Como eu não trabalhava lá na
época dele, não sei dizer exatamente como ele fez, se começou em casa e depois
abriu um escritório. Enfim, esses são detalhes.
O que eu quero mostrar é a
atitude dele, ele tinha um escritório bonito e confortável (sei porque o
motorista da empresa que levava os documentos lá, falava isso). Inclusive os próprios colaboradores da
empresa quando tinham alguma demanda pessoal nesta área, procuravam ele, era a
primeira pessoa que pensavam para entregar o caso.
Pode ser que você seja de
contábeis, marketing, RH, direito, TI ou qualquer outra área que dê para fazer
isso.
Estude pequenas demandas e
seus valores para oferecer, relacione o contato de todas as microempresas que
conseguir na sua região que talvez precise desse tipo de serviço e depois mande
um e-mail interessante com todas as informações referentes a esse trabalho.
Enfim, é mais uma ideia. Falo
de oferecer para microempresas, porque algumas delas costumam não contratar
determinados serviços por causa do custo, porém precisam do serviço e acabam
fazendo de uma forma mais amadora.
Exemplo: Tem microempresas que não fazem nada
relacionado ao marketing, porque na cabeça deles custa caro. Pode oferecer um
pacote simples de serviço por um preço bem mais acessível.
E por fim, você não é
obrigado a ficar limitado...
Cuide do seu crescimento
sempre, todos merecem crescer profissionalmente e não dá de ficar dependendo
somente da sorte de encontrar alguém disposto a te dar essa chance.
Pegue o que você tem de melhor
e analise como pode oferecer isso ao mercado e de que forma, depois viabilize.
No caso do vendedor de roupas (relato), dá
dele focar em um determinado tipo de peça e montar uma página disso na rede
social que funcionaria como uma loja e assim administraria tudo isso.
.
Exemplo: Camisetas para homens, se preferir pode ser só
de marca.
Detalhe: A maioria dos homens não gostam de ir em lojas
comprar, se tiver alguém que eles conheçam que venda o produto que eles querem
de maneira satisfatória eles preferem...
No caso da supervisora financeira (relato) que
queria atuar como RH, talvez oferecer o serviço de recrutamento e seleção para
microempresas ou qualquer outra atividade de dentro da gestão de pessoas no
qual ela considere que o mercado precise e ela queira atuar.
Acredito que o
caminho para crescer profissionalmente é tirar esses limites imaginários,
deixar a imaginação fluir, ampliar a sua visão em relação ao lado profissional
e agir...
Vai confiante, que você
conquista.
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Até mais,
~
Claudia Camargo ~
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Relatos
Nº 2 – Encontrar um negócio no qual se identifique
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